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“vamos ver até que ponto somos capazes de nos imaginar radicalmente”
“vamos ver até que ponto somos capazes de nos imaginar radicalmente”
(Brigitte Vasallo)
o mês de abril começou difícil: tive dengue e fiquei dez dias de cama, pensando que ia morrer. foram tantas horas sem conseguir dormir, olhando para o teto, que, numa das paranóias de morte iminente, acabei lembrando de um papo que tive com minha irmã: se as estatísticas da idade da mulher no Brasil estiverem certas, considerando todos os meus privilégios e a minha atual condição de saúde, vou viver mais uns cinquenta e três anos, pois tento me cuidar para ter independência corporal e mental na velhice, e, ao longo dos últimos anos, manter hábitos saudáveis tem se tornado menos doloroso.
colocar a minha vida nessa perspectiva temporal, na semana em que me tornei o puro suco do drama, tédio e chororô, me fez ter mais capacidade de entender que, no cotidiano, meus problemas, minhas falhas e minhas contradições não são tão horrendas assim.
não é um lanche ultraprocessado da pior rede colonizadora que vai…
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