Para desembolar a vida
Organizando mil ideias
O início do ano geralmente chega com cheiro de caderno novo, um balanço do que é possível mudar ou deixar para trás. Sendo bem otimista — apesar de tudo que anda acontecendo neste país por falta de políticas públicas que garantam o mínimo para todos e do meu país Minas Gerais neste momento estar desabando —, produz uma sensação gostosa que surge depois de catar forças do sovaco, aprumar a envergadura e jurar para si um sonoro: “agora vai”!
Numa edição lá de 2019 do Jornalzinho eu contei que uso o “Método Pomodoro” para planejar minha vida pessoal e também no trabalho, do descanso às pequenas burocracias cotidianas.
Num resumo apertado, o Método Pomodoro consiste em planejar respiros que vão de 5 a 15 minutos entre tarefas. O respiro que cabe neste pequeno intervalo faz uma diferença enorme para pessoas ansiosas, como eu.
Costumo trabalhar com foco total por pelo menos meia horinha (uso o Chrome como navegador, que permite o agrupamento de abas por assunto) e depois descanso a cabeça fazendo qualquer bobagem, que vai de tomar uma infusão a ler as tirinhas do Will Tirando, rolar pela sala com meu cachorro, observar as plantas e, nos dias de maior ânimo, adiantar preparos culinários para mais tarde.
Uso o Método como posso desde a época em que trabalhava em escritórios de advocacia com chefes que ficavam igual papagaio de pirata no meu cangote (a vida de autônoma tá acontecendo há três anos, apenas). Nos dias em que deixei de usar essa logística, rendi menos no trabalho. Este texto foi o melhor que encontrei, numa busca aleatória, para explicar o Método Pomodoro — ele conta com gráficos e tudo mais.
Um trechinho, por Luiza Sousa Alexandre:
“Usando a técnica Pomodoro, você divide sua jornada em partes de 25 ou 30 minutos e faz intervalos de 5 minutos. A cada quatro Pomodoros, você faz uma longa pausa, de 15 a 20 minutos”.
Em resumo, alivia minha ansiedade e melhora muito meus processos de estudo e trabalho, além de manter meu foco.
Curiosidade inútil: gosto de pronunciar “Pomodoro” com um sotaque digno da novela Terra Nostra, enquanto imagino um caldeirão de molho de tomate pedaçudo sendo feito num dia gostoso de sol (tomates estão na época!), o que automaticamente me remete a domingos e descansos. Esse gatilho mental me arranca um sorrisinho besta demais e logo já vou aproveitar meus sagrados 5 minutos para trabalhar de forma mais leve depois.
Se sua condição atual permitir, quem sabe funciona para você também?
Uma cozinha doméstica possível
Se você estiver por aí pensando em comer melhor, pedir menos deliverie, ter comida congelada à mão para os dias corridos, aprender umas receitas fáceis e gostosas ou colocar a dieta recomendada pela nutricionista em prática, cá estou disposta a entender sua rotina e encontrar saídas através da minha Consultoria de Planejamento Alimentar.
Não vou mentir: a autonomia na cozinha é um objetivo a longo prazo, um baita processão em que o resultado está nas pequenezas do dia a dia, na otimização de uma lista de compras que consegue abraçar da diversidade de vegetais, de acordo com a sazonalidade, à variação das receitas, técnicas culinárias e prazeres.
Um monte de gente me mandou essa tirinha! hahahahaha <3
Mas, ó: a cozinha doméstica possível não vem com a obrigação de ter tudo impecavelmente organizado o tempo todo, fazer tudo do zero, nunca mais comer ultraprocessados, recusar convites de última hora para jantar fora ou jamais mexer as panelas na força do ódio. A vida real, que sempre aparece com mil problemas para resolver, cabe no planejamento sem culpa.
A coisa está na simplicidade e o grande objetivo continua sendo comer melhor e ter mais tempo livre.
Dito isso, acabo de abrir a primeira leva de alunos do ano: são apenas 15 (quinze) vagas para o mês de janeiro, para eu dar conta de tirar as dúvidas de todos os alunos pessoalmente, em tempo real, além de acompanhar o tanto de gente que já vem se planejamento comigo há dois anos!
Para alinhar expectativas e entender como funciona meu trabalho, me dá um “oi” pelo what’sapp ou responda este e-mail.
Trouxe da rede de fotos bonitas o depoimento de 3 alunos queridos que estão firmes no planejamento há bastante tempo:
O presente para quem me lê aqui através do Jornalzinho é o cupom BORAPLANEJAR, que garante 10% de desconto para quem me contratar até o dia 21 de janeiro deste mês!
Prosa para ouvir lavando louça
Os alunos do curso de Química da USP me entrevistaram para o podcast NOX e eu gostei do resultado da edição, que aconteceu num feriado chuvoso e deixou estar os desvios de assunto sempre tão necessários numa conversa interessante de ouvir. Falamos sobre fermentação de ideias e vegetais, da indústria de alimentos e sobre uma cozinha doméstica não romantizada.
Adoro gravar essas entrevistas pela oportunidade de contextualizar assuntos complexos que não cabem em poucos segundos. Por isso juntei todas elas numa playlist, já que vira e mexe alguém pede o link de um episódio perdido.
Uma focaccia jeitosinha demais
Foto por Taioba Brava
No melhor estilo Agostinho Carrara CEO de MEI, tirei férias por alguns dias e dei uma pausa nas redes sociais, então nem cheguei a contar que publiquei no blogue a receita de uma focaccia super simples de fazer.
Você só precisa de tempo e paciência para brincar com as dobras, já que não há sova no processo. Recomendo que seja feita num dia de folga logo pela manhã, já que a fermentação acontece de forma lenta. Fazendo assim você não vai precisar correr durante o processo — a vida já anda corrida demais!
Costumo deixar a massa descansando sob um pano de prato bonito na mesa da sala, para ir bisbilhotando ao longo do dia.
Na foto você vê uma focaccia que fiz em companhia da amiga e cozinheira Maria Fernanda (a mesma mulher maravilhosa que revisa os textos do Jornalzinho). Colocamos por cima da massa umas folhas de Trapoeraba zebrina, beterraba fermentada e pimenta rosa, totalmente inspiradas pelo trabalho das cozinheiras Neide Rigo e Carla Soares, do Outra Cozinha.
Novidade por aqui: sorteios
Pretendo realizar vários sorteios por aqui pelos próximos meses, então se você tiver uma marca legal que casa com meu trabalho e quiser fazer uma parceria, é só responder este e-mail!
Para começar, a Editora Elefante disponibilizou 5 livros da coleção O Joio e o Trigo para eu sortear nesta edição do Jornalzinho, e quem levou foi a Anna Luisa, Isa Tercario, Fe Magalhães, Gabi Braun e Mariana Kamimura (falarei com vocês em breve!).
A Editora Elefante, com suas publicações indispensáveis, e o Joio me inspiram a trazer uma visão política da comida em vários aspectos do meu trabalho. Li os títulos sorteados e recomendo muitíssimo para quem tem interesse em entender o que acontece por trás da indústria de alimentos.
Aliás, se puder, apoie o trabalho jornalístico-investigativo do @ojoioeotrigo contribuindo com R$10 mensais (não é publicidade, é admiração mesmo).
Se-gue-o-PIX
Se você chegou até aqui, considere contribuir com meu trabalho enviando um PIX simbólico de qualquer valor (qualquer valor mesmo!) para: carol@cebolanamanteiga.com. Se cada pessoa que me lê doar R$0,50 já vai dar pra pagar essa galera boa de serviço que trabalhou comigo, comprar ingredientes para novos testes de receitas e até, quem sabe, fotografar delícias para futuros posts. Se preferir, também pode me pagar um cafézinho no Ko-Fi).
Quem trabalhou comigo nesta edição:
Revisão do texto: Maria Fernanda Ambuá (@cozinha.ambua)
Diagramação e desenho: Eduardo Albuquerque (@comidailustrada)
Me encontre pelas redes
IG: @cebolanamanteiga
Blogue: cebolanamanteiga.com
Twitter: @cebolamanteiga
Agradeço o carinho de você que me lê por aqui, de quem escreveu dizendo que ficou com saudade dos meus posts durante as miniférias que eu mesma me dei e também dos alunos que seguem junto comigo sempre trocando ideias e receitas. Cês sinceramente me motivam a continuar driblando os algoritmos!
Com amor e com fome,
Carolina Dini