José é o pipoqueiro mais próximo da minha casa e, por sorte, faz uma ótima pipoca. Tem dias que só uma caminhada pelo bairro com direito a um saquinho pequeno, metade doce e metade salgada (a doce por baixo), me salva. José está sempre esguio, de branco, pronto para cumprimentar os passantes e receber os próximos clientes. Vende pipoca há tanto tempo naquela praça que já faz parte do cenário. Deveria ter seu busto colocado ali muito antes de morrer, para ele poder apontar e dizer: “quando cheguei, tudo era mato”.
Ele usa margarina para estourar o milho, infelizmente. De fato, na lida do dia a dia, ela funciona melhor: não é tão perecível quanto a manteiga, foi bem pensada pela indústria de alimentos para isso. Eu já até tentei ter uma abertura para falar com ele sobre como a pipoca ficaria mais especial com a manteiga, se valeria a pena fazer a troca do ingrediente e aumentar o preço de venda, mas nunca chegou a hora certa. Não quero dar pitacos sem intimidade, tenho preferido apenas e…
Continue a leitura com um teste grátis de 7 dias
Assine jornalzinho para continuar lendo esta publicação e obtenha 7 dias de acesso gratuito aos arquivos completos de publicações.