2024: chega derrete!

as melhores leituras e receitas do meu ano

foto do Rhauan Santana

pessoas cremosas, estou nostálgica e vim, de última hora, fazer uma breve retrospectiva: neste ano, tive a disciplina de manter minha escrita como uma das maiores prioridades. passei meu tempo estudando, participando de aulas, oficinas, grupos, trocando com minha vizinhança e viajando bastante a trabalho. entendi que escrever e aprender coisas novas é o que me mantém viva e desejante! o apoio de vocês que me leem é motor fundamental para que meu tempo seja investido nas palavras e fazeres — obrigada por isso!

acho que o melhor que poderia trazer para fechar esse ciclo com vocês são mini listas de coisas que valeram a pena! tenho várias metas aqui que não cumpri (tipo publicar um livro ilustrado), mas sou brasileira e não desisto nunca: lá vão elas para o meu caderninho pelo segundo, terceiro, e até quarto ano seguido.

no fim das contas, o que vale mesmo a pena está na rotina, nas coisinhas pequenas: ler poesia, encontrar os amigos na pracinha pra fazer vários nadas, cuidar do nosso cérebro, tratar de deixar o corpo mais forte e endorfinado, cozinhar nosso prato preferido demoradameante, abraçar gente querida, os cafezinhos tomados com calma pela manhã, as trocas de carinho com gatos e cachorros… bora prestar mais atenção nelas, juntinhos, em 2025?

espero que vocês estejam bem e que se lembrem: a nossa sociedade acelerada às vezes mente, no intervalo de doze meses cabe muita coisa! desejo um próximo ano incrível para todos, com menos telas e mais presença!

as melhores leituras do ano

• os quadrinhos Material Poético, do Evandro Alves, pela Editora Brasa: são inspiradoras e delicadas as frases e ilustrações. cada quadrinho é um haikai; gosto de ler uma página no fim da tarde, e quando o livro acaba, começo tudo de novo.

• o livro Da Botica ao Boteco, por Neli Pereira, de 2022: não sou uma grande entusiasta do consumo de álcool, mas a Neli fala de garrafadas brasileiras e sugere receitas incríveis neste livro. participei de uma aula dela que trazia a palavra “gororoba” como fio central e passei dias pensando na sua origem, tão brasileira, tão sonora!

• o livro que a Neide Rigo acabou de lançar pela editora Ubu, Comida Comum, me renovou a esperança na coletividade. é um belíssimo respiro para começar o ano com mais vontade de cozinhar e questionar tudo que envolve o comer!

• entrei na onda e li o livro que muitos cozinheiros me recomendaram: Aos Prantos no Mercado, de Michelle Zauner. as cenas descritivas das comidas são tocantes; chorei bastante com essa leitura que fala tanto sobre o maternar.

• a zine Receitas Para o Fim, de Taís Bravo, me atravessou. falei dela na última edição, lembra?

• a newsletter Tira do Papel, que chega com muita frequência e fala bastante sobre a vulnerabilidade de criar, me ajuda a ter coragem de me expor pelas redes!

• por fim, reli pela terceira vez o livro Escassez, de Sendhil Mullainathan e Eldar Shafir, que demonstra como nosso cérebro reage à falta. tirando as partes com pitadas neoliberais, ele traz uma boa visão, com estudos científicos, de que ser humana é, no fim das contas, aceitar que a falta e a insatisfação sempre vão existir, então é melhor aprender a lidar com elas!

receitas para compor mesas festivas

tenho investido mais tempo na criação autoral, com vídeos que desafiam os algoritmos: cenas longas, b-roll, receitas que fogem das trends entupidas com pistache e que traduzem bastante da minha cozinha cotidiana, já que estou sempre cheia de potes com muitos ingredientes em conserva e fermentados. minha ideia é continuar comunicando a necessidade da gente se atentar para a autonomia alimentar, para nos mantermos vivos e fortes!

a série É Tudo Vegetal está no Instagram e traz receitas vegetais, como o próprio nome conta. alguns dos episódios que mais amei estão aqui, indico para quem quiser compor as mesas festivas e ainda guardar na geladeira:

• creme de castanha de caju feito com leite vegetal (sirva o creme de castanha com rabanetes assados – receita no próximo tópico)

• salada de caju com manga em fitas (aproveite os ingredientes da época)

• talvez o vídeo que eu mais ame: berinjela com tahine!

• aprender a fazer chucrute é um caminho viciante, sem volta

• pimenta de maracujá para o eu do futuro? temos!

doçuras para compartilhar

O Gui Poulain e o Diego Penido são dois amigos com quem aprendo muito sobre a confeitaria. neste ano chamei eles para gravar vídeos em colab, e desse trabalho temos receitas abrasileiradas que adoro fazer para dividir com minhas amizades:

• um pavê meio tiramisu, feito com creme de castanha de caju na versão doce

• bolo de chocolate todinho vegetal e super fácil

• cookie de abóbora (juro que não fica com gosto de abóbora!)

• tem panetone sobrando? vem fazer essa rabanada que parece pudim

viradas pedem marinadas

na última edição, que foi super especial e rendeu várias respostas por e-mail, eu falei de marinadas, salmouras e caldas. mas esqueci de linkar esse vídeo com cogumelos crus e esse outro com tofu marinado para deixar na geladeira para quando a fome bater, mas ainda está em tempo.

seguindo nessa pegada, lembrei que desde que inventei de assar vegetais num molho feito apenas com azeite, caldo de cana e shoyu na proporção 1:1:1, esse se tornou meu jeito preferido de comer rabanetes! já usei a mesma calda para assar outras delícias como batatas, abóboras e outros vegetais amiláceos e não amiláceos. olha essa belezinha provando que receitas não envelhecem:

fotografia da Luiza Bongir, de 2021

beijos caramelados e até logo :)

o que desejo para a rede que formamos aqui é que a literatura, a boa mesa e a arte estejam no nosso cotidiano. no que depender de mim, seguirei trazendo para vocês receitas e fazeres que tragam consigo a alegria de estarmos vivos!

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Com amor e com fome de ano novo,

Carolina Dini